Mercado imobiliário crescerá de 5% a 10% em 2021, projeta CBIC

Mercado imobiliário crescerá de 5% a 10% em 2021, projeta CBIC 03 mar

A Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil (CBIC) projeta um crescimento entre 5% e 10% do mercado imobiliário em 2021 ante 2020. A estimativa considera um crescimento em torno de 3,5% para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro neste ano, avanço de reformas como a administrativa e a tributária, e a manutenção das taxas de juros do financiamento imobiliário em patamares baixos, segundo o vice-presidente da área de Indústria Imobiliária da CBIC, Celso Petrucci.

A preocupação para este ano, no entanto, é com os preços dos insumos e o risco de desabastecimento de produtos. Segundo o presidente da CBIC, José Carlos Martins, isso faz com que o setor “tenha medo de fazer lançamentos”, principalmente, no Programa Casa Verde e Amarela, em que há uma margem de ganho menor.

Martins afirmou que terá algumas reuniões no Ministério da Economia e no de Desenvolvimento Regional (MDR) para tratar a questão do aumento dos insumos. Martins disse que nas reuniões pretende colocar na mesa o problema e discutir o que pode ser minorado, citando como exemplo, mexer nos prazos dos contratos, discutir reequilíbrio de contrato. “Toda a solução dada, gera um efeito. Temos que ver o que pode ser construído”, contou.


Ao apresentar os Indicadores Imobiliários Nacionais divulgados hoje pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Martins ainda ressaltou a queda do orçamento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) em habitação e o aumento dos recursos da caderneta de poupança. Segundo o presidente da CBIC, isso mostra que há uma queda do funding do financiamento principalmente para o público de menor renda e onde se concentra o maior déficit habitacional.

Aumento de 9,8% em 2020

As vendas de imóveis residenciais novos no país totalizaram 189.857 unidades em 2020, avanço de 9,8% em comparação com 2019, de acordo com levantamento divulgado pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).

No quarto trimestre de 2020, as vendas chegaram a 57.968 unidades, alta de 6,7% ante o mesmo intervalo de 2019, e recorde desde o início da pesquisa, em 2016.

Por sua vez, os lançamentos no país totalizaram 151.782 unidades em 2020, queda de 17,8% ante 2019. No trimestre, os lançamentos foram de 61.274 unidades, recuo de 7,1%.

Em um ano marcado pela pandemia global, o mercado imobiliário no Brasil teve um saldo de crescimento nas vendas, motivado pelo ambiente de juros baixos e maior incentivo à aquisição de imóveis para moradia ou investimentos.

Por outro lado, o volume de lançamentos diminuiu, com muitos projetos adiados por conta das restrições para o funcionamento do comércio e as incertezas econômicas que preocuparam empresários.

Com mais vendas do que lançamentos, o estoque (unidades novas, na planta e em obras) caiu 12,3% desde o fim de 2019 até o fim de 2020, chegando a 164.786 unidades.

O nível atual de estoques é considerado saudável, na visão da CBIC. Considerando o ritmo de vendas dos últimos 12 meses, seriam necessários 10,4 meses para escoar esse estoque. Um ano antes, nas condições proporcionais, eram precisos 13 meses. Há, portanto, uma indicação de melhora na liquidez.